A PMPI E A SÍNDROME DE VIRA-LATA!

 “O BRASILEIRO TEM SÍNDROME DE VIRA-LATA!”

Nélson Rodrigues
A frase acima reflete o sentimento médio de inferioridade que a população brasileira sente ao comparar seu quotidiano com o dos habitantes de países desenvolvidos. Quem nunca ouviu frases do tipo:

- A educação da Finlândia é excepcional!

- O torneio de futebol Espanhol é o melhor do mundo!

- A tecnologia japonesa é insuperável!

-A Scotland Yard (polícia de Londres) é a mais eficiente que existe!

- Etc, etc, e etc?


Neste instante, a Equipe do Blog aproveita para fazer a seguinte pergunta: O que a frase de Nélson Rodrigues tem a ver a com a segurança pública do Estado do Piauí?

Respondeu?!

Pois bem, vamos a alguns fatos de nosso dia-a-dia.

Muitos Policiais Militares laboram lado a lado com profissionais de outras categorias e que lhes causam um sentimento de baixa estima considerável. Sentimento este não enxergado por nenhum governante pelo fato de o mesmo estar no topo da remuneração do Estado.

Queria ver a reação do Trat Governador ao se deparar, como parte sensível, com uma das situações abaixo elencadas:

1. Todos nós sabemos que a Polícia Militar, por meio do BPRE possui uma companhia específica para apoiar os fiscais de tributos nos diversos postos fazendários do Estado. A simbiose entre os fiscais, auditores e os Policiais Militares já é tão grande que se torna impossível imaginar a execução do serviço de fiscalização de mercadorias sem o apoio da Companhia de Polícia Fazendária. Mas o “barnabé da segurança pública” percebe uma remuneração muito menor que o fiscal de tributos, apesar dos ricos que corre. Tudo bem, algum incauto poderá dizer: “Mas eles recebem diárias para trabalharem lá!”. Porém, estas diárias podem ser perdidas pelo Militar a qualquer momento que baixar doente, ou for ferido em serviço, ou entrar em gozo de férias, etc. Ou seja, neoescravidão!


2. Visualizamos, também, situação similar na “Operação Salva-vidas”. Nestas operações estão trabalhando, “ombro a ombro”, diversos Policiais Militares e Policiais Rodoviários Federais, executando basicamente a mesma função e com salários extremamente díspares. Alguns dos PRFs que lá trabalham já foram PM, amam a corporação, e somente saíram porque queriam uma ocupação profissional melhor para suas vidas, com melhor remuneração e menor influência política. (Medeiros e Jairo)


3. Como oficial componente de diversos conselhos de Justiça Militar do TJPI, convivemos com este sofrimento. Apesar de atuarmos junto ao magistrado, não percebemos vencimentos que nos permitam ter uma convivência social que se aproxime da titular desta vara criminal.


4. Outra situação bastante peculiar é a que ocorre nas delegacias de Polícia Civil do Estado do Piauí. Essencialmente, no interior do Estado, é praticamente impossível encontrar um agente de nossa co-irmã de serviço em determinadas delegacias. Façam uma “blitz” nas diversas DPs interioranas e lá você encontrará somente o “barnabé da segurança pública de serviço”. Tal qual um otário, ele toma conta de presos, registra ocorrências, faz diligências de crimes já havidos (não deixa de ser uma investigação...),e etc. E todos nós bem sabemos o quanto é grande o abismo salarial que se abre ao se comparar estas duas categorias.


5. Nos presídios do Estado, em suas guaritas de vigilâncias, se encontra sempre um policial militar. Percebendo nada além de seus pacos vencimentos é neoescravizado durante o serviço para dar uma condição de vida melhor a sua família, enquanto os agentes prisionais percebem uma remuneração bem melhor. O PM se revolta, mas não pode fazer nada. O governo quer assim!


6. Na maioria dos Órgãos Públicos do Estado do Piauí existem Policiais Militares que dão suporte as mais diversas atividades. Chega-se ao ponto do serviço só se desenvolver se o “Barnabé” estiver ali fazendo a segurança e sempre recebendo muito aquém do valor do seu labor.

Não é nosso interesse fazer política salarial atacando os vencimentos e vantagens de nenhuma outra categoria profissional de carreiras do Estado, mas que o Militar Estadual (Polícia e Bombeiro) se encontra bastante defasado em relação a outras profissões estatais, disso não tenhamos dúvida. Em todas as missões elencadas acima, a Polícia Militar executa o serviço com dedicação e, historicamente, vem sendo relegada a segundo plano pelos sucessivos governos.

Somente o militar estadual sabe o quanto é árdua sua missão e como é tão pouco reconhecida. Somos a única categoria profissional que assume o COMPROMISSO DE OFERECER A PRÓPRIA VIDA EM DEFESA DA SOCIEDADE. Vida esta que vale mensalmente um soldo deplorável, diga-se de passagem.

Somos Estado em sua essência: andamos fardados!

Toda a população sabe que está no militar um referencial do governo. Não nos escondemos nem desejando. Somos acionados a todo o momento. Seja durante o serviço, ou durante a folga, a população quer nos ver atuante.

GOVERNADOR VALORIZE OS SERVIDORES MILITARES DO ESTADO DO PIAUÍ E LHES RESGATE A AUTOESTIMA!

UNIÃO, FORÇA E CONSCIÊNCIA.

PS: Texto adaptado para a realidade do Estado do Piauí. Texto Original do Cap. Mano.


Postado no Blog Identidade PM