IMAGEM E AÇÃO

A inclonclusividade das investigações sobre a morte da estudante Fernanda lages, bem como as idas e vindas do inquérito, tem contribuído para fazer mais uma vítima neste caso rumoroso: A imagem da Polícia. Quando o aparelho policial não é capaz de dar respostas rápidas a um evento violento de grande repercussão, abala-se a confiança das pessoas na ação policial. 
Em vez de respostas que possam acalmar a ansiedade coletiva, a polícia oferece uma série de linhas  de investigação, o que tem concorrido para  que a especulação e os boatos tomem conta da verdade. Nesse ambiente, paga a polícia um elevado preço por não conseguir rapidamente esclarecer. O grau de confiança da sociedade em seu aparelho policial se esvai rapidamente.
Evidências bastantes robustas dessa situação se dão quando duas esferas do Ministério Público - Estadual e Federal - se movem em direção às dúvidas crescentes acerca da morte da estudante. O MPE anunciou ontem a criação de uma comissão para acompanhar o caso, enquanto o MPF enxerga inconsistência nas investigações.
O Ministério Público Federal tem as suas razões para querer o caso esclarecido: o ato de violência extrema macula o prédio-sede da Procuradoria Regional da Replúbica no Piauí. Não sem razão; o Procurador Marco Tulio Lustosa Caminha tem deixado sua habitual postura de quietude e discrição para dizer que o MPF não aceitará fique tisnando o prédio-sede da instituição no Piauí. 
A Procuradoria-Geral de Justiça, Zélia Saraiva, também demonstra o desconforto com a demora em se esclarecer o caso. A reunião que teve ontem  com Procuradores da República é um sinal para além de claro dessa situação incômoda, que tanto fica maior quanto mais o tempo passa sem que respostas cloncusivas e aceitáveis sejam dadas as perguntas em torno da morte da estudante.
A postura dos dois ramos do Ministério Público, aliás, reflete o desejo da sociedade de ver esse crime esclarecido.
Isso será positivo porque aumenta nas pessoas a sensação de segurança, mas será sobremaneira importante para que a polícia preserve sua imagem da ranhuras às quais está agora exposta.